sexta-feira, 18 de setembro de 2009

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

A educação patrimonial é a forma mais eficaz de preservação do patrimônio cultural. As leis de tombamento nada valem de verdade se não buscarem formas de atingir e inserir a comunidade local. O que representa aquela igreja? Aquela casa? Aquela ponte? Aquela comida? Por que elas têm que ser preservadas? O que é patrimônio cultural? São perguntas que devem ser esclarecidas num trabalho de educação patrimonial.
Nosso projeto é pioneiro na região neste tipo de iniciativa. Já há anos desenvolvemos nas escolas, junto a professores e alunos, um programa de palestras e incursões pelas ruas de Cachoeira. Todos os alunos já conhecem Cachoeira, mas nestes passeios eles aprendem a reconhecer Cachoeira, a revisitar Cachoeira. A Matriz, por exemplo, passa a ser vista não somente como uma igreja, mas como repositório da história e cultura cachoeirense, símbolo da arte brasileira; a venda do “Seu” Silvio Xavier deixa de ser só uma velha venda e passa a ser um museu vivo, fascinante; aquele velho “pirulito” da Praça passa a ser um interessante chafariz, símbolo do antigo sistema de abastecimento de água, muito diferente da comodidade das torneiras atuais; etc.
O resultado? Somente um novo tipo de aprendizado de geografia e história in loco? Não, muito mais. Estes pequenos detalhes são as sementes de um novo homem, de um novo cidadão. Serão pessoas conscientes da importância da nossa cultura e da nossa história. Mas não história morta em velharias e sim história viva: viva nas ruas, nas brincadeiras, nas músicas, nos idosos e nas próprias crianças. A cultura corre viva em nossas veias. Esquecê-la é esquecer quem somos e nos vender à alienígenas. Nossas crianças são a esperança de que isso não ocorra. Não conhecerão, por certo, muito do que possuímos hoje (pois ainda todos os dias se destrói um pouquinho da velha Cachoeira), mas passarão aos seus filhos, nossos netos, um valor muito maior: o valor da educação.

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